quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Bienal do livro e a grande discussão. O livro digital.


Em meio a milhares de títulos e lançamentos na Bienal do livro de 2010 uma pergunta não se cala: o livro de papel vai acabar?
Entre autores, editores e todos os envolvidos no processo editorial, esse assunto, de uma forma ou de outra, sempre estava em pauta.
Bom, escutando palestras, opiniões, entrevistas e conversas no café eu acho que poderíamos colocar esse assunto em duas situações: situação atual e situação futura.
Situação Atual
A pré-história. É necessário o corte de muitas árvores, transportá-las através de caminhões (por nossas estradas que não cabem comentários agora), transformá-las em papel, transportá-las novamente para serem distribuídas as gráficas e editoras. Chegou o papel. Agora é só produzir a publicação através de imensas impressoras (caríssimas por sinal), dar acabamento, isto é, dobrar, intercalar, montar, grampear, colar ou costurar e... opa!! Botar no caminhão de novo e distribuir as bancas, livrarias, distribuidoras ou correio. Correio? De novo, caminhão, estradas, entregador, etc, etc, etc... Enfim chegou em sua casa. Nem entrei no mérito da produção do conteúdo. Imagina o custo, o trabalho, o impacto ambiental e o que mais você imaginar nesta “caminhada”.
Situação Futura
É necessário produzir um bom conteúdo, fator principal para qualquer publicação em qualquer suporte. Adequá-la aos leitores digitais disponíveis e pronto. Quem possuir um leitor digital poder receber em qualquer lugar do mundo sua publicação. Alguns leitores digitais oferecem ainda um monte de entretenimentos, email e toda a pirotecnia tecnológica dos tempos atuais.
Em resumo a discussão não é se o livro vai acabar. Nunca vai acabar. A magia da leitura sempre vai existir, enquanto existir a linguagem escrita. O problema é quando as publicações passarão do suporte de papel para outro suporte que evite todo este processo, louco, de confecção de uma publicação. Os primeiros passos estão surgindo com os leitores digitais que estão sendo lançados. IPad não o fim da história, é apenas um ensaio do começo. Claro que os leitores digitais precisam melhorar, ter um custo adequado a grande maioria, melhores acessos a internet, adaptação dos conteúdos a esta realidade, mais uma coisa já é certa. Mais tempo, menos tempo, o livro em papel não existirá mais. Ainda que chorem os fotógrafos de máquinas analógicas, os curtidores de vinil, os amantes do vídeo cassete (fita cassete também, lembra?) e todos os nostálgicos que vivem com medo das mudanças do mundo que acontecem e sempre vão acontecer.