sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Recomeçar e aprender. Sempre.



Aprender é esvaziar-se. É deixar que as energias circulem. É poder olhar no espelho e ter a certeza de que nada sabe.
Temos todos os dias para aprender. Sob a luz do sol se desvenda um mundo, sob o reflexo da lua nos repousam as reflexões. Feito assim, de luz e sombras, por vezes de escuridão, vão se construindo vidas. De observações, tropeços, alegrias...
Precisamos apenas estarmos abertos: aos erros, a vida!
As vezes achamos que aprender é acumular, sejam experiências ou conhecimentos, mas não, é o inverso disto, é deixar nossas experiências, abandonar nossos conceitos, deixar para traz o que passou, abrir-se para o novo. Estar sempre pronto para caminhar. Para frente!
Estamos prontos a cada dia, ao abrir os olhos, depois de vivermos sem as amarras de nosso corpo, começamos uma nova história, a cada amanhecer, desde que não estejamos presos ao passado. E o passado foi ontem!
Não é preciso entender de tudo, ser um especialista, um expert. Não é preciso ter nada, apenas estar aberto, sentindo suavemente a brisa do conhecimento nos tocar, todos os minutos.
Entender isso, é experimentar um pouco da liberdade de ser. Apenas ser.
Quando um ciclo se encerra, é momento de refletir, sobre o que somos, o que nos tornamos, sobre o que queremos ser... Queremos ser felizes!
Tão complexo e simples, tantas e tantas tentativas para nos sentirmos apenas leves.
Aprender a leveza da vida é um grande esforço de esvaziar a mochila. Exercício de não pensar muito. Em um livro sagrado diz-se mais ou menos assim: “conquistar nossos pensamentos é como dominar o vento”, talvez por que, o grande domínio seja se juntar ao vento.
Recomeçar é um ato de acordar, todos os dias. Aprender é a função da nossa vida atual, apenas isso é importante, a cada minuto sermos outra pessoa. Aprender, novo ciclo, nova vida...
Que venha mais um ciclo de transformações, internas ou externas, até que um dia, talvez um pouco distante, consigamos chegar a tranqüilidade do imutável, a serenidade da constância, da verdade, da clareza, da paz.
Neste momento chegaremos a nós mesmo e estaremos a um passo de Deus, que está em nós. Sempre.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O vento e o sol



O vento seca nossas lágrimas como o sol aquece nossos momentos invernais. A luz nos traz vida quando não conseguimos enxergar através da escuridão de nossos medos. Medos que nos trazem inquietude.
A percepção enternecida dos momentos que vivemos vem da sutileza dos sentidos mais profundos, quando a quietude de nossa mente fica em um fio entre a matéria e o espírito. Linha tênue, que nos mantém entre o céu e o inferno.
Preso em nossos corpos podemos, por muitas vezes, nos sentir pesados, esvai-se nossa sensibilidade fina, nos apegamos ao modo mais grosseiro de viver. Mas na mesma proporção, por vezes, podemos sair deste estado e aguçar nossa percepção, possuindo quase uma sensibilidade imaterial. A sensibilidade dos aromas, do tocar da brisa fria e suave, do conforto do aquecer da luz.
O vento leva nossos pesares, o sol ilumina nossos sonhos. Podemos ser aquilo que imaginamos, e o que acontece é apenas um reflexo deste pensamento. Onde está a verdadeira natureza de nossos sonhos, conflitos, desejos...
O vento nos traz a vida, o sol a faz florescer. Qual seria nosso destino sem os elementos que nos constroem. Podemos pensar em viver sem a relação com tudo a nossa volta. Seres independentes que precisam do vento, da luz, do calor, para simplesmente viver. Seres invisíveis, sensações invisíveis.
Quando conseguiremos, realmente entender que o simples vento, a luz, são tão importantes quanto nós mesmos? Por este caminho, quem sabe poderemos começar a entender o quanto tudo a nossa volta é tão importante para nossa existência quanto nós mesmo. Será que assim poderemos então entender a importância de nossos pares? Animais, humanos e tantas outras espécies que estão aqui, que não se expressam de forma grosseira para conseguirmos escutá-los.
Que o vento nos traga mais sensibilidade e a luz mais sabedoria. Que nos traga o poder da consciência de que não estamos acima de nada, que somos uma pequena parte e apenas participamos desta dança.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Um minuto de silêncio por favor...


O que falar da tristeza. Gerada pelo pensamento, pela desconexão, pela perda da autoconfiança, pelas frustrações do dia a dia.
Ela chega devagar, vai se instalando em nosso coração e vai nos tirando o ânimo, aos poucos.
Nos abatemos mais com os espinhos da vida quando estamos tristes. Mesmo que pequenas, as dores ecoam no vazio que a tristeza gera dentro de nós.
Para que serve a tristeza, apenas para nos deixar tristes? Ou existe algum propósito que não sabemos. Não sei... Sei que ficamos tristes, e as vezes, bastante.
Via de regra, por puro ego! Gostaríamos que a vida fosse da forma como desejamos. Mas não é? Como gostaríamos que ela fosse?
Com bastante dinheiro, cheia de lazer, de preferência com muita saúde, amigos sorrindo, viagens para lugares incríveis e sem nenhuma dificuldade.
Então... seríamos felizes!
Mas, acredito, que na maioria das vezes é o contrário. Que triste...
Então podemos entrar em nós mesmo e descobrir a felicidade. Como, se estamos tristes por dentro?
Pedimos a Deus para nos ajudar, mas a resposta quase sempre é o silêncio.
E com o silêncio podemos ficar mais tristes.
Não! O silêncio pode ser o grande caminho para nos elevar novamente. O silêncio da mente.
O que nos deixa tristes é nossa expectativa. É sempre querer, querer e querer mais. É no silêncio da mente que nossas angustias se acomodam, é no silêncio que ouvimos o nada. Não há tristeza no nada.
Precisamos sair de nossa arrogância de achar que nossa felicidade está ancorada em benefícios de nosso ego. A felicidade está na quietude do querer.
Começamos por diversas palavras que não deveriam ser ditas e terminamos com diversos pensamentos que não deveriam ser pensados.
Ou o inverso disso, o que seria o ideal.
Feliz é aquele que não dá ouvidos à tristeza.
Então...                 ...silenciosamente ela se vai...

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Quem vive quem?


O que pode ser a vida?
Pode ser montanha, rio, mar, árvores, ar fresco, vento, chuva, cheiro de chuva, grama, um belo horizonte. Pode ser um bom pensamento, uma tarde cinzenta, nuvens que passam e... vem o sol, sempre iluminando... mas pode ser a lua também, iluminando o coração.
O que mais? Será que pode ser um olhar? Quem sabe uma bela canção, um amor, uma fogueira, um sorriso ou apenas um suspiro.
Pode ser bonita, uma boa conversa, aquela noite, aquele dia...
Um céu de outono, um azul de inverno, uma brisa do verão ou aquela flor na primavera.
Aquela flor, lembra? Que aos poucos foi se abrindo, deixando a vida entrar, aos poucos transformando em vida, transformando a vida; branca, amarela, azul, quantas cores existirem.
Pode se sentar, aqui é a vida.
Não precisa ter pressa, ela vai passar, você correndo ou não.
É preciso ter um pouquinho de tempo para conversar com ela.
Podemos as vezes estar por aqui e não vê-la, não conhecê-la, nem ao menos trocar um olhar com ela. Uma coisa é certa ela vai passar, e passar, e passar...
Ela pode estar em apenas uma nota musical, em uma lágrima ao lado, ou melhor, ela sempre está ao lado, nunca na frente, muito menos atrás.
Ah vida... quem vive quem?
Talvez não tenha como saber, mas para tentar é preciso não pensar muito sobre isso não, é preciso apenas viver, apenas sentir, para que entender?

quarta-feira, 19 de junho de 2013

É HORA DE MUDAR!




A sensação de cansaço é evidente, mais que cansaço, indignação! O sistema atual não corresponde aos anseios da grande maioria. O consumo exacerbado, a exploração dos recursos naturais, e lamentavelmente, o Ser Humano que hoje pode quase ser considerado um recurso natural explorado por muitos, a falta de consciência dos líderes e governantes chegam a causar náuseas.
Claro que apenas sair na rua contra tudo que oprime a todos, (e não cabe ficar repetindo educação, saúde etc) não é a solução para o desenvolvimento, mas sem dúvida é o primeiro passo, e precisa, e deve ser comemorado!
A indignação conseguiu atingir quase todas as classes, raças, idades, apenas alguns que ainda não conseguem se colocar no lugar da maioria, que lutam para sobreviver em um sistema que transforma pessoas em semi-animais, ainda expressa resistência a um movimento que nos traz um sentimento de união, de BASTA!
Quando existe uma dificuldade grande em acordar as pessoas que dirigem a massa de sua visão deturpada e corrompida da relação humana, somente gritando nas ruas, sei que é difícil, mas talvez elas acordem deste sonho nefasto de exploração em que vivem.
Agora é hora, hora de reavaliarmos nossa condição humana, revermos valores do nosso sistema, e principalmente nossos valores internos.
É hora de sairmos de dentro de nós mesmos, tirarmos nossas máscaras, assumirmos o papel de viver, sem a interferência histórica e escravagista de uma minoria dominante que ri, em seus banquetes, da miséria de pessoas, que obrigadas ao sacrifício de se manter vivo, financiam este sistema de consumo falido, que em ruínas há muito, vem se rastejando para se manter. Rastejando no sentido de viver do suor, das lágrimas de diversos que morrem nas portas de hospitais, com tiros, nas ruas, por muitas vezes, sem receber ao menos um olhar para provar que ainda existem.
O momento é de ir para as ruas, lugar onde simbolicamente igualam-se todos, ruas que simbolizam nossa caminhada nesta vida, ruas onde podemos estar “olho no olho” com nossos pares, entendendo que todos são nossos pares.
Devemos aproveitar essa hora, gritarmos por respeito e no silêncio interno darmos outros passos tão importantes quanto este, mudarmos a nós mesmos!

terça-feira, 28 de maio de 2013

O que vou representar desta vez?



Somos atores em um mundo que sempre está em cartaz.
Somos personagens concomitantemente felizes e tristes, em conflito e paz, chegando e partindo, sempre, por toda a eternidade.
Quando chegamos assumimos um papel, por vezes importante, ou melhor, sempre importante para nós mesmo.
Se escolhemos chegar no passado, é no passado que vivemos. Se escolhemos o futuro, é no futuro que se dá nossa nova vida, mas enquanto estamos aqui, só podemos viver no presente desta grande obra teatral que está sempre acontecendo, em todos os tempos, ao mesmo tempo. Assim podemos entender a não existência de passado, futuro e presente ou pelo menos a não existência linear do tempo.
O tempo não existe!
Hora de partir? Não, apenas de repensarmos nossas atuações e voltarmos novamente ao palco terra. Palco e Mãe, por vezes, palco e diretor.
Que tempo devemos viver agora? Talvez é necessário voltarmos para aprender aquilo que não conseguimos entender, ou muito a frente, podendo desfrutar de outros sabores e emoções. Estamos evoluindo.
Mas não podemos nos esquecer nunca, enquanto estivermos aqui só podemos viver aquele minuto do presente.
Este é o nosso bom presente, vivermos sem a tristeza da lembrança de nossos erros e enganos. Soltos, livres, sem noção do que vem pela frente. Que bom!
Mas de novo é hora de partir. Partir não, repensarmos e aprendermos novamente. Momento para lembrarmos de tudo e termos uma nova chance.
Voltar ao palco e aprender, mais e mais...
Assim é o ciclo.
O ciclo das encenações, dos personagens, das vidas, dos encontros e desencontros, o ciclo da evolução... eterna evolução.
O importante é pensarmos, que papel escolhemos para nossa encenação neste momento?

sexta-feira, 10 de maio de 2013

O que seria: relacionamento?

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Sentado à beirada de um rio.
Quantos pensamentos, quantos momentos se passam. É ao mesmo tempo externo, mas me traz uma impressão que está em mim. A correnteza, a força, as águas, sem parar. Não me afeta, mas de alguma forma me leva também. Afinal também sou água, sou força, sou a inconstância desse volume que passa sem mesmo saber onde está indo.
O que importa para onde vai?
Na margem, ou à margem, sou o observador. Mas vamos imaginar que eu fosse o observado?
O rio me olha. Parado. Perdido em pensamentos. Simplesmente ali olhando, sem ir a lugar nenhum.
Quantos olhos teria o rio que sempre passa, a cada segundo diferente, me olhando de outra forma. Ele não conseguiria entender porque estou ali, parado.
Talvez me convidaria a entrar. Sentir sua energia. Seu fluxo. Sua textura, sua temperatura. Sentir, através dele, a própria vida. A minha vida.
Sentir ao mesmo tempo toda a alegria dos momentos que sempre passam, rápido, quase que através de mim, e eu no rio, parado.
Agora parecemos um só. Eu e o rio.
De certa forma ele está me movimentando, levando de mim o que já deveria ter descartado. Até meus pensamentos se foram!
Mas ele está ali, parado também, mas se movimentando.
Não posso mais dizer o que sou eu e o que é o rio.
Então, saio dele. Ele está novamente à minha frente. Continua lindo, seguindo seu caminho...
Um relacionamento.
Acho que é isso: um relacionamento.
A gente se coloca como observador e aos poucos nos transformamos em uma coisa só.
Vamos entrando em outras vidas, e elas passam a ser nossas também.
Mas em determinado momento nos separamos de novo, mas aquela experiência de certa forma nos transformou.
Relacionamento.
Aceitar o convite para entrar no mundo do outro e por um breve momento se tornar um mundo só. Talvez seja isso.
Precisamos apenas estar dispostos a aceitar o convite.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

 Muitas pessoas falam de Deus, algumas oram para Deus, poucas falam com Deus, quase nenhuma fica em silêncio para ouvir o que Deus tem a dizer.

quinta-feira, 28 de março de 2013

O caminho.



Cinco pessoas, com os mesmos recursos, saem de um ponto A para um ponto B.

O primeiro escolhe ir de avião, prefere chegar mais rápido.
O outro vai de carro, adora dirigir.
O terceiro decide ir de bicicleta, valoriza muito a atividade física.
Adepto ao sacrifício, o seguinte escolhe ir andando.
O quinto prefere a contemplação. Vai de ônibus.

Quais dos cinco estão corretos ou tem vantagens sobre os outros?

Assim é o caminho espiritual.

Todos vão chegar.


 

quinta-feira, 14 de março de 2013

É possível ser feliz?

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A vida simples assim...
A realidade é efêmera. Uma fração de segundo e pronto... já se foi.
Não tem graça, não tem cor, é apenas mais um momento.
Por vezes boa, na maioria das vezes, apenas realidade.
O que nos move, verdadeiramente são as possibilidades. Estas sim, cheias de luzes, cheias de esperanças, nos motiva a cada dia. Um universo está aberto quando se pensa em todas as possibilidades que temos.
Bastou se realizar para perder a graça, virar passado e nos voltarmos a mais e mais possibilidades. Podemos ficar ricos e poderosos. Podemos encontrar a pessoa perfeita. Aquele carro. Aquele emprego ou trabalho que vai nos realizar e nos encher de dinheiro. A viagem então, nem se fala. Hoje não estou muito bem, mas amanhã... quem sabe. Há muitas possibilidades.
O que isso significa?
Vivemos no mundo de ilusão. Esperando um amanhã que existe apenas em nossas mentes. Um amanhã criado de: possibilidades!
Essa ilusão do amanhã se transporta para todas as esferas de nossos pensamentos, da mais material até a mais espiritual. Espera-se o céu, a iluminação, a vida eterna, o encontro com os mortos... tudo está no futuro. Aquele, que não existe, mas é uma possibilidade.
Passamos anos nos enganando sobre o que pode vir a acontecer e esquecemos de uma coisa muito simples. Viver.
Ao invés de focarmos em tudo o que poderia ser, deveríamos estar um pouco mais preocupado com o que é.
E o pior, nem sempre as possibilidades são boas, então surge a ansiedade. Não estamos bem hoje por que amanhã pode ser ruim. Soa quase como absurdo, mas é a realidade. A possibilidade de não termos como honrar nossos compromissos futuro (aquele, que não existe) é suficiente para vivermos infelizes hoje.
Mas, não fique triste, vai aparecer uma instituição ou uma corporação que vai prometer resolver seu problema futuro. Faça isso ou compre aquilo agora e amanhã será melhor.
Quebrar este ciclo pode ser até muito simples, apenas entender que a vida é para viver, cada momento como ele é e não como ele foi ou como será.
E tenha certeza, nada é para sempre, tudo é diferente a cada segundo. Alguns momentos bons, outros nem tanto. É só viver estes momentos como são que aos poucos vai surgir um sentimento meio estranho, talvez se chame... felicidade.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Uma janela para a vida.

 
Um olhar pela janela. A vida entre molduras.
Sob a perspectiva interna enxerga-se o mundo através da janela. Os limites escondem as infinitas possibilidades, enxerga-se o que se pode enxergar.
Do lado de fora o que se observa é apenas o observador e observado, pouco pode se ver além disso. Mas existe um universo por traz desta janela.
Ali está você. Na janela observando a vida e sendo observado.
Conseguimos ver a vida através de quadros, molduras, como diria o artista: “pela janela do carro, pela janela do quarto, remoto controle...”
Abrir a janela é se abrir. Entrada de luz. O mais importante não é a paisagem oferecida, mas ver o que se iluminou no lado de dentro. Podemos ver então o que estava entre sombras. Exercício de observar...
Observar o que nos oferece fora dela; outras janelas, janelas abertas, janelas fechadas... janelas.
Uma vida através do olhar.
Podemos não mais olhar.
Sem olhos, sem olhar... Apenas sentir.
Então não há janelas, não há ruas, não há paisagens, não há muros... há apenas o universo inteiro para você.
Uma vida através do sentir e então começar a entender aquilo que chamamos de vida.