terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Mundo Ideal

Como seria o mundo ideal?
Sem governantes, sem leis, sem regras, sem imposição. Anarquia? Não. Consciência e liberdade.
Porque somos governados por pessoas, hábitos, moda e costumes? Talvez por sempre pautarmos nossa vida na zona de conforto, “...vida de gado, povo marcado, povo feliz...” como já disse Zé Ramalho, nosso Bob Dylan. É possível trocarmos nossa condição de formigas (abelhas seriam um pouco melhores) por uma condição de seres pensantes. A famosa corda entre o Animal e o Super-Homem – uma corda sobre o abismo (Nietzsche). Pode ser que esta possibilidade fique apenas no campo dos sonhos, das idéias. Neste ponto podemos emendar com Platão definindo a idéia como: perfeita, eterna, imutável e mais real que os particulares que as partilham. Mas, se temos a capacidade de concebermos as idéias, porque não de executá-las, assim como nós a imaginamos? Porque estamos de forma atávica ligados ao medo. “Estamos presos em uma caverna seduzidos por uma ilusão, confundindo sombras com realidades, mas quase sempre sem saber que estamos sendo enganados” (de novo Platão).
Não conseguimos enxergar a verdadeira imagem da vida porque estamos voltados à sombras delas. Voltar-nos ao nosso mundo interior nos leva, quase via de regra, a acessarmos o mundo verdadeiro, sem a interferência dos muros erguidos pela cobrança da unificação das atitudes e do preconceito. Que bobagem esta sociedade. Criando barreiras e medos, vivendo uma ansiedade de sabermos que somos melhores do que nos apresentamos.
O mundo ideal é livre e só há liberdade se existir o amor. Não é possível um mundo melhor sem que necessariamente estas duas expressões ou sentimentos caminhem absolutamente juntos. Com o amor não há o medo. Então seremos livres de nós mesmos e poderemos acender as luzes da vida. Entenderemos as sombras, parte de nosso ser, e, finalmente enxergaremos a beleza do “mundo real” com suas várias nuances. Poderemos então, pelo menos aproximar, as idéias de nossas vidas cotidianas.
Em resumo, pode-se dizer que com três atitudes conseguiremos o mundo ideal: a idéia, a liberdade e fundamentalmente o amor, sendo este talvez, a semente, o início e o fim de todo nosso processo evolutivo.