segunda-feira, 5 de março de 2012

As palavras são mortas.



Escutei de um amigo (Rene Uchôas) a seguinte frase: "As palavras são mortas. A partir da experiência elas se tornam vivas em nossa mente."
É isso!
A literatura se torna viva quando na imaginação a história se mistura com nossa própria vida. Elas saem do livro para se transformarem em aromas, sabores, sentimentos...
Esta frase é muito interessante, este conceito em si, além de tornar-se vivo quando entendido, pode ser extrapolado à todas as coisas da vida.
Tudo é morto até que seja vivenciado por alguém, ou melhor, se torne uma experiência para alguém.
O filósofo Frank Jackson apresenta um argumento que pode ilustrar este assunto, "o mundo de Maria," que é mais ou menos assim: suponha que Maria nasceu e foi criada em um ambiente em preto-e-branco. Suas experiências foram controladas para que nunca experimentasse a cor. Quando adulta, Maria se torna uma grande cientista que descobre tudo o que há para saber sobre o que se passa com o ser humano quando ele tem uma experiência de vermelho, apesar de sua vida em preto-e-branco. Um dos cientistas, de fora da sala, joga um tomate maduro em seu mundo. Ele agora tem uma verdadeira experiência, nunca antes vivenciada com o vermelho. O vermelho se tornou vivo. E ela reaprende tudo sobre o vermelho depois deste fato. É assim.
Quantas vezes vivemos em nosso mundo preto-e-branco. Quantas vezes lemos um texto sem deixar com que as palavras se tornem vivas.
Em inúmeras situações, tudo o que nos cerca na verdade está morto se não houver uma conexão conosco. Importante ressaltar que esta experiência é única. É preciso cada um dar vida à sua vida, e ela só fará sentido se tudo a sua volta fizer sentido para você.
Hora então de colorirmos nossas vidas.
Viver é participar, não apenas coexistir.
Para terminar, acho que uma frase atribuída a Sócrates pode resumir nossa existência nesta vida: "a vida não examinada não merece ser vivida," mas poderia ser assim: a vida não experimentada não merece ser vivida."