segunda-feira, 6 de junho de 2011

Uma janela para um mundo encantado


Visitar um novo lugar é como ver o mundo através da janela. Um olhar passivo, como se todas as belezas desfilassem, ordenadas ou desordenadas, exuberando suas qualidades. É observar. Aprender? As vezes. Repousar os cotovelos e deixar o "novo" entrar em nossas vidas. Ver pessoas, monumentos... Ver. A vontade de estar em casa por vezes se torna inevitável, porque no seu lugar você não está mais na janela, mas escrevendo a história. A sua história. Participa, interage, se sente mais vivo talvez.
Que bom também é ser apenas observador. Não participou de nada, mas estar ali de certa forma é fazer parte. Interessante observar é que a história foi e está sempre sendo escrita, vivida. Vivemos disso. Histórias. Antigos prédios, ruas, casas, palácios, não tem em seu encanto arquitetônico a verdadeira beleza, mas em sua história, ali, viva através das marcas do tempo, em todos seus detalhes. São as rugas em nossos rostos. As marcas, lindas marcas do tempo, revelando todas as alegrias e tristezas, sem a possibilidade de ocultá-las.
Observando e vivendo. O simples ato de olhar, quanta ação isso pode resultar. Os incríveis mistérios da dualidade.
A janela sempre nos passa a passividade, o momento de parar e apenas deixar com que o mundo aconteça. Mesmo que olhada pelo lado de fora. Se abrem e fecham, como o piscar dos olhos, deixando a luz entrar ou mesmo se fechando para a penumbra do repouso. Quantas janelas neste momento estão se abrindo, quantas se fechando, é o curso do rio da vida que vai sempre seguir. Nunca o mesmo.
É isso. A beleza da vida. Ver a vida, ver que mãos humanas constroem. Constroem belezas, mesmo que em cima de historias tristes. Cenários para tornar a jornada com mais glamour, mais imponência. Talvez isso dê mais importância a atividade humana.
Mas não cabe da janela julgar, só admirar.