terça-feira, 15 de março de 2011

O acaso está na mente daqueles que não conseguem se libertar do pensamento lógico.


Pensamento binário. A mente compara, insistentemente. Ou é uma coisa ou é outra. Tudo depende de referencias adquiridas durante nossa existência. Influências do ambiente, da cultura de tudo que nos cercam, moldam nossa forma de pensar e nos tornam lógicos. Lógico isso. Então surge o acaso (do latim “a casu”, sem causa; é algo que surge ou acontece a esmo, sem motivo ou explicação aparente) não tem lógica.
E aí?
Como fazemos para lidar com uma situação que acontece a esmo? Chamamos de acaso, porque não temos como correlacionar rapidamente às nossas referências.
Os sonhos são imagens ou visões de nosso imaginário que acontecem ao acaso? Coincidências acontecem ao acaso? Conhecemos pessoas por acaso? E mais outras inúmeras perguntas que poderíamos fazer.
“O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído”.
A partir desta frase contida na letra de Epitáfio (Sérgio Britto) podemos ter uma outra visão de acaso. Enquanto eu estiver distraído, tudo pode acontecer e nada precisa ter correlação, no momento em que prestarmos atenção ao que nos cerca, a maioria das coisas passam a fazer sentido, interligar-se. Então o acaso é um desconhecimento da correlação de um determinado acontecimento.
A medida que vamos tomando conhecimento de nossas estruturas psicológicas, emocionais, físicas, vamos tramando uma nova rede de entendimento das ações que ocorrem sob nossa influência ou não. Voltamos a um velho tema: o conhecimento.
Até onde queremos chegar. Podemos continuar “distraídos” ou arcarmos com o ônus da luz do conhecimento e termos que assumir as conseqüências de todos nossos atos.
O interessante nessa conversa é que se pensarmos, sem mentir para nós mesmos, em todos nossos atos, durante toda nossa vida, entendendo “atos” como tudo o que fazemos para reagir as influências do ambiente em que vivemos, vamos chegar inevitavelmente a conclusão que estamos exatamente da forma e onde nós deveríamos estar. Sem nenhum acaso.
Sem andar distraído o acaso pode deixar de nos proteger, mas com certeza saberemos onde vamos chegar.