sábado, 17 de novembro de 2018

A era de Aquário


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Mesmo com acesso a um volume impressionante de informações, as vezes, sinto como uma criança decidindo entre um chocolate ou mil Reais. Acesso a mais informações que qualquer grande pensador, cientista, filósofo, enfim, que qualquer ser que existiu até meados do século passado pudesse ter. Mesmo assim, temos pouco ou quase nada de novo. Nada de verdadeiramente interessante.
Vejo de um lado o surgimento de idéias medievais como se fossem brilhantes. Pensamentos rasos sobre sistemas e pensadores, que são resumidos por suas "lateralidades", sem o mínimo de compreensão sobre suas idéias, que quase sempre estão presas a um passado, sem a força e vivacidade do presente. Muito do mesmo. E do que se tem de pior do mesmo!
Do outro lado, uma vontade de se restabelecer uma visão igualitária, mas que fica também num limite de frases feitas, sobre as costas de cansados pensamentos, que remontam uma cultura escura, meio alcoolizada e esfumaçada dos cafés europeus.
Uma terceira via se esconde em cima dos muros. Intelectuais nutelas, para usar terminologia atual. Líderes políticos, religiosos, blogueiros e afins, que navegam com a bandeira branca, não da paz, mas da falta de argumentos, de posicionamento. Falta de presença.
Há um ensinamento que ilumina muito este momento de cultura imediatista, superficial, de fotos de sorrisos do mundo de Alice, e ele diz assim: a consciencia não desperta sozinha. Acho que este é o ponto de partida. Há de haver um esforço e um grande esforço para um despertar. E é individual. Que se inicia com coragem. Coragem de assumir posturas, de assumir compromissos e compromissos em primeiro momento consigo mesmo.
Fomos jogados em frente ao espelho, sem maquiagem, sem preparo para olharmos nossa própria imagem. Nossa imagem coletiva. Aquela que estava escondida nos escombros da luta do dia a dia. Luta para sermos uma pessoa feliz, sem nem saber exatamente o que é ser feliz.
Alguns dizem que esta é a era de mudanças, a era de Aquário. Se for o de Nemo, me anima mergulhar em um misterioso oceano de possibilidades. Torço para não ser um aquário, aquele, que ao observarmos, vamos adotando o hábito de ficarmos mexendo os lábios, sem ao menos dar um grito de indignação.