Mesmo com
acesso a um volume impressionante de informações,
as vezes, sinto como uma criança decidindo entre um chocolate
ou mil Reais. Acesso a mais informações que qualquer grande
pensador, cientista, filósofo, enfim, que qualquer ser
que existiu até meados do século passado pudesse ter. Mesmo assim, temos pouco ou quase
nada de novo. Nada de verdadeiramente interessante.
Vejo de
um lado o surgimento de idéias medievais como se fossem
brilhantes. Pensamentos rasos sobre sistemas e pensadores, que são resumidos por suas "lateralidades", sem o mínimo de compreensão sobre suas idéias, que quase sempre estão
presas a um passado, sem a força e vivacidade do presente.
Muito do mesmo. E do que se tem de pior do mesmo!
Do outro
lado, uma vontade de se restabelecer uma visão
igualitária, mas que fica também num limite de frases feitas, sobre as costas de cansados
pensamentos, que remontam uma cultura escura, meio alcoolizada e esfumaçada dos cafés europeus.
Uma
terceira via se esconde em cima dos muros. Intelectuais nutelas, para usar
terminologia atual. Líderes políticos, religiosos, blogueiros e afins, que navegam com a
bandeira branca, não da paz, mas da falta de
argumentos, de posicionamento. Falta de presença.
Há um ensinamento que ilumina muito este momento de cultura
imediatista, superficial, de fotos de sorrisos do mundo de Alice, e ele diz
assim: a consciencia não desperta sozinha. Acho que
este é o ponto de partida. Há de haver um esforço e um grande esforço para um despertar. E é
individual. Que se inicia com coragem. Coragem de assumir posturas, de assumir
compromissos e compromissos em primeiro momento consigo mesmo.
Fomos
jogados em frente ao espelho, sem maquiagem, sem preparo para olharmos nossa própria imagem. Nossa imagem coletiva. Aquela que estava escondida
nos escombros da luta do dia a dia. Luta para sermos uma pessoa feliz, sem nem
saber exatamente o que é ser feliz.
Alguns
dizem que esta é a era de mudanças, a era de Aquário. Se for o de Nemo, me
anima mergulhar em um misterioso oceano de possibilidades. Torço para não ser um aquário, aquele, que ao observarmos, vamos adotando o hábito de ficarmos mexendo os lábios,
sem ao menos dar um grito de indignação.