No útero somos apenas algumas células, se agrupando,
multiplicando-se. Membros, corpo... começa ali uma magia de desenvolvimento. Um novo
ser. O cérebro e talvez os primeiros pensamentos.
Uma escuridão de aconchego, não conseguimos ver o mundo
externo, mas sabemos que estamos sendo amparados. Parece imaginação, não vemos,
não tocamos, mas podemos sentir que somos parte dela. Da mãe.
Alguns sons podemos ouvir de fora, apesar de nenhuma prova
ou conhecimento, aos sairmos seremos acolhidos por alguém.
Chega o momento de sairmos.
Nascimento, renascimento, não
importa, estamos em uma nova condição. Nova?
Então começamos a nos desenvolver, nosso corpo, nosso
pensamento, só que agora as dúvidas são outras. Vamos morrer ou renascer de
novo? Não conseguimos ver, não tocamos, mas no fundo sabemos que
continuaremos... amparados... somos parte dela.
Se somos parte, o todo não morre. Só transformamos. De
energia em matéria, de matéria em energia, como uma onda que vai e vem, interminável,
ao sabor das marés...
Ciclos, apenas ciclos.