sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Um rio sempre vai chegar ao mar.

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É preciso deixar o rio fluir. Segurar águas nas mãos?
O movimento da vida é permanente. Não há consolo maior que o abraçar do vento em nosso corpo. Mas também se vai. O sentimento de fluxo é a certeza de que nem um minuto permanece. Um após o outro, trazendo a energia da vida.
Muitas vezes ouvimos a mesma frase: viver o agora! O agora já se foi também. O agora é aquela fração de segundo que já se foi. Antes mesmo de sua mente conseguir fixá-lo. A vida é mais que o momento: é o fluxo. O correr de sentimentos, de sensações... sem controle. É estar presente na fração. Isto nos leva a transpor o tempo, ilusão que nos prende a ansiedade de achar que podemos controlar o incontrolável.
O que nos resta? Nos conectar com a beleza da vida em seu interminável fluir.
A não-ação, a calmaria só é encontrada na profunda respiração. Ali não há mais o momento.
Esta entrega não é passividade, ao contrário, é consciência. Consciência de fazer o que é preciso sem estar preso ao medo, à angústia, ao tempo.
Deixar o passado no passado; o que virá, virá!
O rio sempre chegará ao mar, se assim não for, ele deixará de ser rio.
Viver é simplesmente sorrir da nossa incapacidade de viver.