sexta-feira, 8 de julho de 2011

Podemos viver todos os dias somente hoje!



Acho que quase todos nós já tivemos algum sonho o qual se realizou no futuro. Os “sonhos premonitórios”, como é chamado e estudado em diversas épocas e maneiras nos leva a uma dimensão atemporal. Somente estes fatos já nos levaria a repensar a lógica do tempo como é vivida em nossa realidade. Mas há outros momentos que também nos leva a repensar esse tema.
Se fecharmos os olhos em um ambiente escuro, ao fundo possibilitarmos escutar a voz de um ente que já morreu, a fragrância de seu cheiro poder ser suavemente sentida, assim como aquela música que ela muito gostava estar entre os sons que o silêncio nos traz, podemos ter de volta o sentimento exato daquela situação vivida. Como se aquele momento se perpetuasse em nossa memória, à desprezo dos relógios insistisse em estar presente, mesmo sendo um evento passado.
A fotografia tem esse poder. Congelar momentos. Exatamente como aconteceu, imortalizando cenas, pessoas, sentimentos, cheiros, luzes...
O simples ato de pensar nos leva a lugares, vivências que ultrapassam nossa percepção do ontem, hoje ou amanhã.
A realidade criada pelo envelhecimento nos dá uma falsa noção de começo e fim, até porque recomeçamos todos os dias nossas vidas. São ciclos, intermináveis ciclos, sem começo e nem fim. Hora vivemos o ontem, muitas vezes vivemos o amanhã, o presente não passa de uma fração. Imperceptível.
Nós somos um amontoados de lembranças? Não, somos experiências, vezes vividas por nós, vezes observadas, e estas experiências estão conosco em todos nossos momentos, inclusive as expectativas do futuro. Esta perspectiva pode nos levar a não ter preocupação pelo futuro, já que ele não existe, ele é o agora, a soma de todas nossas experiências? Ao contrario, ela nos proporciona a possibilidade de vivermos muito mais intensamente, já que estamos vivendo todos os momentos em um só.
“Uma árvore em flor fica despida no outono. A beleza transforma-se em feiúra, a juventude em velhice e o erro em virtude. Nada fica sempre igual e nada existe realmente. Portanto, as aparências e o vazio existem simultaneamente.” - Dalai Lama.
Mas fatalmente nos deparamos com o conceito da morte. E então, seria este o limite de nossas experiências? A famosa Morte, tema tão temido por muita gente. Como estamos falando da não existência de tempo, podemos admitir a não existência de início nem de fim, a não existência da morte, sendo ela talvez a impossibilidade de não podermos imaginar o mundo sob as diversas faces que ele nos oferece.
“Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.” - Wlliam Shakespeare.